Um texto que todas as mulheres deveriam ler, com muitas verdades e humor à mistura:
… não haverá mesmo homens decentes por aí espalhados ou é o nosso radar que está afinado para só captar cabrões trastes? É que, vamo'combinar (expressão brasileira que muito me apraz), nós temos uma tendenciazinha suicida no que toca a escolher homens. A ligeireza como que nos deixamos levar na cantiga do bandido é absolutamente impressionante. E repetimos, e repetimos e repetimos. E depois queixamo-nos, e queixamo-nos, e queixamo-nos. Não aprendemos à primeira, nem à segunda e, às vezes, nem à décima primeira. Apaixonamo-nos perdidamente por homens que, dizemos, nos dão luta. É a desculpa que damos a nós mesmas. Minhas amigas, vamos lá ver uma coisa. Um homem que faz com que olhemos para o ecrã do telemóvel 26 vezes por dia à espera que ele apite, um homem que tem sempre tempo para tudo menos para nós, um homem que não f*de nem sai de cima (ou, pior, que f*de e sai logo de cima), um homem que nunca sabe o que quer e tem mais variações de humor que uma mulher com TPM, ou um homem que foge do compromisso como o Diabo da cruz… não é um homem que dá luta. É UM HOMEM QUE SE ESTÁ NAS TINTAS PARA NÓS! Pronto, já disse, está dito, pode ser que soem campainhas por aí. Se um homem não nos faz sentir seguras e se não nos valoriza, então é porque é um traste.
Não é um coitadinho, não é um traumatizado, não é alguém que vive em sofrimento por não saber se nos quer ou não. Não lhes inventem desculpas, porque são apenas homens que não valem a pena. E o que é que nós fazemos perante este cenário? Pomo-nos a milhas? Enchemos o peito de orgulho e mandamo-los à fava? Vamos em busca de melhor? Nãaaaaaao, claro que não. Ficamos ali, a passar-lhes a mão pelo pêlo (apenas em sonhos, porque eles dificilmente deixam que alguém lhes passe a mão pelo pêlo), damos-lhe tempo (adoro isto), dizemos que estamos ali para o que der e vier, que ninguém os amará como nós os amamos, que ficaremos à espera o tempo que for preciso e blá blá blá. E enquanto esperamos eles vão fazendo a festa noutras camas. A coisa é simples, nós é que a complicamos. Se gostam ficam, esforçam-se, demonstram. Se não gostam estão-se nas tintas. Maaaaaaas, mas, mas, mas, não deixam de ir emitindo uns sinaizinhos de quando em vez, só para garantir que nós, as otárias, ainda ali estamos, prontas a correr ao mais pequeno chamamento. E nós corremos. Sempre. Até ao dia em que ele nos põe a andar de vez e lá ficamos afundadas em chocolates e Kleenex, a achar que o homem das nossas vidas nos escorregou das mãos. E lá chateamos as amigas, e lá lhes pedimos para analisarem cada palavra que ele nos disse, para ver se aquilo foi mesmo um ponto final ou se será só uma fase. Burrinhaaaaaaaaaaas! Enquanto isto, homens decentes vão-nos passando à frente, ao lado, atrás, mas estamos demasiado ocupadas a chorar sobre o leite derramado, a alimentar esperanças que só existem ao nível da ficção, porque na realidade a coisa já está morta e enterrada (alguma vez esteve viva??). Uma leitora dizia no post anterior que o problema é que andamos todas atrás de príncipes. Não acho que seja esse o problema. No fundo, toda a gente quer um príncipe. O problema, o eterno problema, é que queremos transformar os cabrões em príncipes, e isso resulta para aí uma vez em quatro milhões. É praticamente um milagre quando isso acontece. Os príncipes existem. Andam por aí, são queridos, dedicados, fazem tudo por nós. Mas isso é o que nós queremos dos trastes. E é precisamente aquilo que os trastes não são. É por isso que são trastes e não homens decentes. Se eles fossem essas coisas todas - fofinhos, amorosos, se gostassem de nós - não lhes íamos achar a mínima graça, eram só uns choninhas insuportáveis. Verdade ou mentira?
Não acho que baixemos a fasquia à medida que o tempo passa. Acho, apenas, que passamos a privilegiar outras coisas. De que é que nos servem as paixões loucas se funcionam apenas para um lado? São precisos dois para dançar o tango, mas o traste é só um e dança sozinho no Lux, com 23 lambisgóias a rondá-lo. Até que aparece aquela pessoa que é diferente. Com quem as coisas não são uma luta constante. A quem não temos que pedir provas de amor a cada cinco minutos. Que nos faz sentir seguras e numa relação firme e adulta. Que nos dá paz. A paixão é uma coisa muito boa, mas a paz é sublime. Se tivermos as duas, melhor ainda. Chega de acharmos que o homem certo é o que nos deixa sempre ali entre a loucura e o desespero, que isso não é amor, é obsessão. E depois ficamos maluquinhas, neuróticas e entramos numa espiral de paranóia que não se recomenda a ninguém. E, claro, a achar que nunca mais haverá alguém tão bom para nós, tão perfeito, tão único. Até que, assim do nada, essa pessoa aparece, e depois olhamos para trás e pensamos "uiiiiiiiiii, como é que perdi tantos anos de vida com gente tão pouco recomendável? Afinal o amor é isto". Pois, é assim mesmo, faz parte do nosso ADN, tendemos a ser um bocadinho atrasadas emocionais. Não estou a dizer que é fácil encontrar o homem certo, nada disso. Já disse, e repito, que é complicado, sobretudo a partir de uma certa idade. Mas não estamos isentas de culpa. Muitas vezes somos póneis com palas nos olhos, olhamos só numa direcção e não percebemos o que nos está a passar ao lado. E o que nos está a passar ao lado pode ser o amor da nossa vida. Fiquem atentas.
Não acho que baixemos a fasquia à medida que o tempo passa. Acho, apenas, que passamos a privilegiar outras coisas. De que é que nos servem as paixões loucas se funcionam apenas para um lado? São precisos dois para dançar o tango, mas o traste é só um e dança sozinho no Lux, com 23 lambisgóias a rondá-lo. Até que aparece aquela pessoa que é diferente. Com quem as coisas não são uma luta constante. A quem não temos que pedir provas de amor a cada cinco minutos. Que nos faz sentir seguras e numa relação firme e adulta. Que nos dá paz. A paixão é uma coisa muito boa, mas a paz é sublime. Se tivermos as duas, melhor ainda. Chega de acharmos que o homem certo é o que nos deixa sempre ali entre a loucura e o desespero, que isso não é amor, é obsessão. E depois ficamos maluquinhas, neuróticas e entramos numa espiral de paranóia que não se recomenda a ninguém. E, claro, a achar que nunca mais haverá alguém tão bom para nós, tão perfeito, tão único. Até que, assim do nada, essa pessoa aparece, e depois olhamos para trás e pensamos "uiiiiiiiiii, como é que perdi tantos anos de vida com gente tão pouco recomendável? Afinal o amor é isto". Pois, é assim mesmo, faz parte do nosso ADN, tendemos a ser um bocadinho atrasadas emocionais. Não estou a dizer que é fácil encontrar o homem certo, nada disso. Já disse, e repito, que é complicado, sobretudo a partir de uma certa idade. Mas não estamos isentas de culpa. Muitas vezes somos póneis com palas nos olhos, olhamos só numa direcção e não percebemos o que nos está a passar ao lado. E o que nos está a passar ao lado pode ser o amor da nossa vida. Fiquem atentas.
De Ana Garcia Martins, in a Pipoca Mais Doce