domingo, 7 de maio de 2017




Se um dia alguém, perguntar por mim
Diz que vivi para te amar
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar

Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei, que não se ama sozinho
Talvez devagarinho, possas voltar a aprender

Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei, que não se ama sozinho
Talvez devagarinho, possas voltar a aprender

Se o teu coração não quiser ceder
Não sentir paixão, não quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois
O meu coração, pode amar pelos dois

domingo, 3 de maio de 2015

Histórias que merecem ser partilhadas


Ele era português, tinha 18 anos, vivia em África e decidiu que queria conhecer a Europa antes de ir trabalhar.
Ela tinha 17 anos, era austríaca, guia turística e estava a fazer um interail.
Ele viu-a em Zurique, na estação de comboios. Decidiu ir falar-lhe para lhe dizer que estavam dois homens a olhar para ela já há algum tempo e que lhe pareciam mal intencionados.
Quando cruzaram o olhar, diz ele, perceberam que foi amor à primeira vista.
Ele já não foi conhecer a Europa, ficou com ela na Áustria durante dois meses. Depois entrou para a Força Aérea e o namoro continuou por carta, durante dois anos.
Com o tempo as cartas perderam-se, deixaram de chegar ao destino. Ele achou que a tinha perdido para sempre.
Catorze anos depois, no aeroporto de Lisboa, ele bateu com os olhos nela. Assim, por acaso. Ele não se lembra para onde ia (ela estava a caminho dos Açores), mas diz que sentiu exactamente o mesmo que 14 anos antes. Que eram feitos um para o outro.

Ela tinha casado, ele tinha casado. Ela tinha três filhas, ele tinha três filhas. Ela não era muito feliz, ele também não.
Ele disse-lhe que ainda iam ficar juntos, ela disse-lhe para não brincar com essas coisas.
Separaram-se no aeroporto, não voltaram a ver-se nem a ter nenhum contacto durante 20 anos. Mas não se esqueceram
Até que ele foi à net procurá-la e encontrou-a. Contactou-a no dia de anos.
Ele divorciou-se, ela divorciou-se.
Ele levou-a à estação de comboios de Zurique e repetiu-lhe o pedido de casamento que lhe tinha feito há 40 anos, no mesmo sítio. Desta vez ela aceitou e já levam cinco anos de casamento.

Ouvi esta história ontem, contada pelos protagonistas, e fiquei de boca aberta. Porra, isto só acontece nos filmes. Lembrei-me logo do Antes do Amanhecer e do Antes do Anoitecer. Fiquei absolutamente fã deste casal, mas também fiquei a pensar: a quantas pessoas é que isto acontece? Quantas é que não casam, têm filhos, mas vivem até ao fim dos dias com outra pessoa atravessada no pensamento, sempre a perguntarem-se "e se"? Quantas têm coragem de abrir mão de tudo para ir atrás de uma coisa que ficou no passado? E será que vale a pena? Esta história é perfeita, tem o "happy end" que merece ter, mas quantas mais podem acabar assim? O tempo que passa não dará cabo de tudo? Como é que o sentimento resiste? Como é que se mantém um amor por 10, 20, 30 anos, em segredo, bem amachucadinho lá no fundo do coração? Eu acho, acho mesmo, que há histórias que estão desenhadas para serem assim. Não serão muitas, mas esta é um exemplo. Não sei se acredito muito no destino, mas acho que há coisas que têm de ser. Pode passar muito tempo, a vida pode dar todas as voltas e mais algumas, mas no fim acontecerá o que é suposto. Mesmo que já tenham 87 anos e se desloquem de andarilho. Ou então não, vai cada um para seu lado, fingem que o sentimento não existe e acomodam-se às suas vidinhas de sempre. Acho triste.
In "A Pipoca Mais Doce"

terça-feira, 30 de setembro de 2014



"Se não te imaginares a ficar velhinha ao lado de um velhinho que é a pessoa que amas e se isso não for uma imagem que te arrepia de felicidade da ponta dos pés à ponta dos cabelos, desiste de amar, porque, ficas a saber, quando não se percebe que envelhecer é fixe porque te oferece a possibilidade de poderes amar até ao fim dos teus dias a pessoa que amas, então se calhar não se ama nada. 

Se ao leres estas palavras todas que te escrevi não te apetecer vir ter comigo atrás do pavilhão de ciências e dar-me o abraço mais apertado que algum dia apertaste, desisto de amar, porque, ficas a saber, decidi há muito, quando te vi entrar na aula de Psicologia pela primeira vez, que eras tu o amor, e se não houver tu, mais vale haver apenas eu. Afinal de contas, antes passar a minha vida a apenas sonhar que sou teu que passar a minha vida a apenas fingir que sou de outra. 

Com amor infinito,
Pedro, do 10.º J (aquele que fica ao teu lado nas aulas de Português)"

segunda-feira, 28 de julho de 2014

“És a melhor maneira de viver. Podia dizer-te que te quero por tudo o que és. Mas estaria a mentir. Quero-te por tudo o que sou contigo. Quero-te pelo que sou. Porque me sinto, em ti, a pessoa que quero ser. És a minha melhor maneira de viver. Quero-te por egoísmo. É isso. Quero-te por egoísmo. Espero que me queiras pelo mesmo motivo.”

sábado, 5 de julho de 2014

"amo-te tanto mas hoje tenho de levar o carro ao mecânico, as rodas fazem um barulho estranho, não deve ser nada mas é melhor prevenir, amanhã prometo que vamos ver que tal se come naquele restaurante novo junto à rotunda, e depois levo-te ao cinema, ai não que não levo, 
amo-te tanto mas hoje tenho de ver o treino do miúdo, o treinador ligou e disse-me que temos craque, o nosso menino a jogar como gente grande, vê lá tu, quando chegar com ele vê se tens prontinha aquela comida que ele adora, o puto merece, ai não que não merece,
amo-te tanto mas hoje tenho de ficar até tarde no escritório, há aquele projecto do estrangeiro para fechar, está aqui tudo perdido de nervos, não sei se aguento, daqui a pouco ligo-te para saber como vai tudo, o miúdo e as coisas aí em casa, agora tenho de ir mostrar a esta gente toda como se trabalha, ai não que não tenho,
amo-te tanto mas hoje tenho de me deitar cedo, amanhã é aquela reunião importante de que te falei, se conseguir o cliente vamos ser tão felizes, aquela casa, o carro novo, quem sabe?, só tenho de o conseguir convencer, tenho tudo prontinho na minha cabeça e nada pode falhar, vamos ser ricos, é o que é, ai não que não vamos,
amo-te tanto mas hoje não estás, cheguei à hora combinada para te levar a jantar e tu não estás, o miúdo também não, deve estar no treino, deixa-me cá ligar, ninguém atende, nem tu nem ele, provavelmente deves estar a preparar alguma, sempre foste tão assim, cheia de surpresas, daqui a nada entras pela porta e dizes que me amas, ai não que não dizes,
amo-te tanto mas hoje tenho de assinar este papel, olho-te e peço-te perdão, prometo-te que não vai haver mais mecânicos nem treinos nem clientes estrangeiros nem reuniões entre nós, garanto-te que te quero acima de tudo, olho-te mais uma vez nos olhos e procuro acalmar o que te dói, mas tu só dizes para eu assinar e eu assino, as mãos tremem e até já uma lágrima caiu sobre elas, o nosso filho quando souber vai chorar como um menino pequeno outra vez, o nosso craque, podias ficar pelo menos pelo nosso craque, ou pelo menos por mim, para me manteres vivo, Deus me salve de não te ter comigo, sou uma impossibilidade se não te tiver para gostar, ai não que não sou,
amo-te tanto mas hoje não tenho nada para fazer, a casa escura, um silêncio vazio e nada para fazer, apenas esperar que te esqueças de mim e me voltes a amar, e eu amo-te tanto, ai não que não amo."

in "Prometo Falhar", Pedro Chagas Freitas

terça-feira, 24 de junho de 2014

Palavras que poderiam ser minhas

Um texto que todas as mulheres deveriam ler, com muitas verdades e humor à mistura:

… não haverá mesmo homens decentes por aí espalhados ou é o nosso radar que está afinado para só captar cabrões trastes? É que, vamo'combinar (expressão brasileira que muito me apraz), nós temos uma tendenciazinha suicida no que toca a escolher homens. A ligeireza como que nos deixamos levar na cantiga do bandido é absolutamente impressionante. E repetimos, e repetimos e repetimos. E depois queixamo-nos, e queixamo-nos, e queixamo-nos. Não aprendemos à primeira, nem à segunda e, às vezes, nem à décima primeira. Apaixonamo-nos perdidamente por homens que, dizemos, nos dão luta. É a desculpa que damos a nós mesmas. Minhas amigas, vamos lá ver uma coisa. Um homem que faz com que olhemos para o ecrã do telemóvel 26 vezes por dia à espera que ele apite, um homem que tem sempre tempo para tudo menos para nós, um homem que não f*de nem sai de cima (ou, pior, que f*de e sai logo de cima), um homem que nunca sabe o que quer e tem mais variações de humor que uma mulher com TPM, ou um homem que foge do compromisso como o Diabo da cruz… não é um homem que dá luta. É UM HOMEM QUE SE ESTÁ NAS TINTAS PARA NÓS! Pronto, já disse, está dito, pode ser que soem campainhas por aí. Se um homem não nos faz sentir seguras e se não nos valoriza, então é porque é um traste.

Não é um coitadinho, não é um traumatizado, não é alguém que vive em sofrimento por não saber se nos quer ou não. Não lhes inventem desculpas, porque são apenas homens que não valem a pena. E o que é que nós fazemos perante este cenário? Pomo-nos a milhas? Enchemos o peito de orgulho e mandamo-los à fava? Vamos em busca de melhor? Nãaaaaaao, claro que não. Ficamos ali, a passar-lhes a mão pelo pêlo (apenas em sonhos, porque eles dificilmente deixam que alguém lhes passe a mão pelo pêlo), damos-lhe tempo (adoro isto), dizemos que estamos ali para o que der e vier, que ninguém os amará como nós os amamos, que ficaremos à espera o tempo que for preciso e blá blá blá. E enquanto esperamos eles vão fazendo a festa noutras camas. A coisa é simples, nós é que a complicamos. Se gostam ficam, esforçam-se, demonstram. Se não gostam estão-se nas tintas. Maaaaaaas, mas, mas, mas, não deixam de ir emitindo uns sinaizinhos de quando em vez, só para garantir que nós, as otárias, ainda ali estamos, prontas a correr ao mais pequeno chamamento. E nós corremos. Sempre. Até ao dia em que ele nos põe a andar de vez e lá ficamos afundadas em chocolates e Kleenex, a achar que o homem das nossas vidas nos escorregou das mãos. E lá chateamos as amigas, e lá lhes pedimos para analisarem cada palavra que ele nos disse, para ver se aquilo foi mesmo um ponto final ou se será só uma fase. Burrinhaaaaaaaaaaas! Enquanto isto, homens decentes vão-nos passando à frente, ao lado, atrás, mas estamos demasiado ocupadas a chorar sobre o leite derramado, a alimentar esperanças que só existem ao nível da ficção, porque na realidade a coisa já está morta e enterrada (alguma vez esteve viva??). Uma leitora dizia no post anterior que o problema é que andamos todas atrás de príncipes. Não acho que seja esse o problema. No fundo, toda a gente quer um príncipe. O problema, o eterno problema, é que queremos transformar os cabrões em príncipes, e isso resulta para  aí uma vez em quatro milhões. É praticamente um milagre quando isso acontece. Os príncipes existem. Andam por aí, são queridos, dedicados, fazem tudo por nós. Mas isso é o que nós queremos dos trastes. E é precisamente aquilo que os trastes não são. É por isso que são trastes e não homens decentes. Se eles fossem essas coisas todas - fofinhos, amorosos, se gostassem de nós - não lhes íamos achar a mínima graça, eram só uns choninhas insuportáveis. Verdade ou mentira?
Não acho que baixemos a fasquia à medida que o tempo passa. Acho, apenas, que passamos a privilegiar outras coisas. De que é que nos servem as paixões loucas se funcionam apenas para um lado? São precisos dois para dançar o tango, mas o traste é só um e dança sozinho no Lux, com 23 lambisgóias a rondá-lo. Até que aparece aquela pessoa que é diferente. Com quem as coisas não são uma luta constante. A quem não temos que pedir provas de amor a cada cinco minutos. Que nos faz sentir seguras e numa relação firme e adulta. Que nos dá paz. A paixão é uma coisa muito boa, mas a paz é sublime. Se tivermos as duas, melhor ainda. Chega de acharmos que o homem certo é o que nos deixa sempre ali entre a loucura e o desespero, que isso não é amor, é obsessão. E depois ficamos maluquinhas, neuróticas e entramos numa espiral de paranóia que não se recomenda a ninguém. E, claro, a achar que nunca mais haverá alguém tão bom para nós, tão perfeito, tão único. Até que, assim do nada, essa pessoa aparece, e depois olhamos para trás e pensamos "uiiiiiiiiii, como é que perdi tantos anos de vida com gente tão pouco recomendável? Afinal o amor é isto". Pois, é assim mesmo, faz parte do nosso ADN, tendemos a ser um bocadinho atrasadas emocionais. Não estou a dizer que é fácil encontrar o homem certo, nada disso. Já disse, e repito, que é complicado, sobretudo a partir de uma certa idade. Mas não estamos isentas de culpa. Muitas vezes somos póneis com palas nos olhos, olhamos só numa direcção e não percebemos o que nos está a passar ao lado. E o que nos está a passar ao lado pode ser o amor da nossa vida. Fiquem atentas.


De Ana Garcia Martins, in a Pipoca Mais Doce

sábado, 21 de junho de 2014

"Beleza não é ter um cabelo longo, pernas finas, pele bronzeada e dentes perfeitos. Acredite em mim. Beleza é o rosto de quem chorava e agora sorri. Beleza, é a cicatriz no seu joelho que você tem desde aquela vez que você caiu quando era criança, beleza é quando o amor não te deixa dormir de noite, beleza é a expressão no seu rosto quando o despertador toca de manhã. É a maquilhagem borrada quando você toma banho, é a gargalhada de quando você conta uma piada e só você entende. Beleza é encontrar o seu olhar e ficar sem rumo, beleza é o seu olhar quando eu olho para ele, é quando você chora por suas paranóias, são as linhas de expressão marcadas pelo tempo. Beleza é o que a gente sente por dentro e que também reflecte por fora. Beleza são as marcas que a vida nos deixa, todos os chutes e caricias que as memórias nos dão. Beleza, é se deixar viver."

Emma Watson

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sempre que o amor me quiser 
Basta fazer-me um sinal
Soprado na brisa do mar
Ou num raio de sol
Sempre que o amor me quiser
Sei que não vou dizer não
Resta-me ir para onde ele for
E esquecer-me de mim
Sempre que o amor me quiser
Sei que a razão vai perder
Que me hei de entregar outra vez
Como a primeira vez

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre." 

Miguel Sousa Tavares

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


« Deus dá as batalhas mais difíceis aos seus melhores soldados. » Papa Francisco

Esta frase dá que pensar...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

...


Lembro-me como se fosse ontem do dia em que te fui buscar. Foi precisamente há 17 anos atrás que olhava para meia dúzia de cachorrinhos bem pequeninos e me perguntaram qual era o que eu queria. Lembro-me que apontei logo para ti. E lá fui eu toda feliz contigo para casa. Este ano farias 18 anos, mas hoje foi o dia em que tiveste que partir. Vai custar chegar a casa e ver que já não estás lá. Sempre me disseram que o único defeito de um cão é não viver tantos anos como os donos e não poderia concordar mais. Espero que descanses em paz. Vou ter muitas saudades tuas e nunca me vou esquecer de ti.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Adeus Ano Velho, Olá Ano Novo

Desde que me lembro, sempre gostei do momento da passagem de ano. Acho que é uma altura que nos faz reflectir bastante. É um momento de pura introspecção e que nos faz pensar em tudo o que se passou ao longo do ano e naquilo que vivemos: as nossas conquistas, as nossas perdas, os momentos difíceis, os momentos felizes, os nossos erros, as batalhas que enfrentamos, as pessoas que nos desiludiram, as pessoas que perdemos, as pessoas que nos magoaram, as pessoas que conhecemos, as pessoas que nos fizeram felizes, as pessoas que nos ensinaram algo, as pessoas que estiveram sempre ao nosso lado, as pessoas que nos mudaram, as pessoas que nos deram força, as gargalhadas que demos, as lágrimas que deitamos, as alturas em que nos perdemos e as alturas em que não cabíamos dentro de nós de tanta alegria. No final, é sempre bom constatar que por mais altos e baixos que tenham havido, aprendemos e amadurecemos sempre. Mas mais importante do que pensar e reflectir em tudo o que se passou, é olhar para a frente e para o novo ano que começa. Esta coisa de mudar de ano é uma boa maneira de nos dar um incentivo para fazermos algumas (boas) mudanças. O que queremos mudar na nossa vida? O que queremos melhorar em nós? Quais são os nossos objectivos e sonhos? Acho que antes de desejarmos que este novo ano seja melhor, que comecemos nós mesmos a sermos melhores! Que sejamos melhores pessoas, melhores amigos/as, melhores namorados/as, melhores maridos e mulheres, melhores pais, melhores filhos/as,  melhores irmãos, melhores para os outros, melhores para nós próprios. Se fizermos a nossa parte tenho a certeza que a vida também nos irá retribuir com coisas boas. E para quem começou o ano e ainda nada mudou, o ano tem 365 dias. Amanhã há sempre um novo dia e uma nova oportunidade para mudar e fazer diferente. Se ano novo pode significar uma vida nova, um dia novo também pode significar algo novo... Basta querermos!


domingo, 15 de dezembro de 2013

Regras para ser feliz #2

"Crie laços com as pessoas que lhe fazem bem, que lhe parecem verdadeiras. Desfaça os nós que lhe prendem àquelas que foram significativas na sua vida, mas, infelizmente, por vontade própria, deixaram de ser. Nó aperta, laço enfeita. Simples assim."

Caio Fernando de Abreu

domingo, 17 de novembro de 2013

(Des)amor

O amor, felizmente ou infelizmente, não é eterno, é apenas eterno, enquanto dura. Digo felizmente, também, porque a verdade é que se pensarmos bem, quantos grandes amores não teriam acontecido se outros não tivessem acabado? No que toca ao amor não há regras,  tanto há amores que duram uma vida, como há amores que duram poucos anos.
Sempre que entramos numa relação e nos apaixonamos, acreditamos que vai ser para sempre. Investimos, construímos um projecto em conjunto, criamos laços, uma família, adaptamo-nos às diferenças um do outro, fazemos cedências, porque queremos que resulte e, de repente, num dia qualquer, descobrimos que, para o outro, o amor chegou ao fim (sim, porque nunca acaba para os dois ao mesmo tempo) e o mundo cai sobre nós, o chão desaparece, tudo em que acreditávamos já não é, e nada, nunca mais, volta a ser igual. Chegamos também à conclusão de que a pessoa que tanto amávamos não era bem aquilo que julgávamos. Caem do pedestal alto em que as tínhamos tão bem estimadas. O tempo passa, as pessoas mudam e promessas são quebradas.
Temos, então, de passar por um processo de luto, em que devemos permitir-nos chorar, sofrer, ter raiva… Para, finalmente, podermos (re)aprender a caminhar sozinhos, constatando que estar vivo é maravilhoso e que a vida, afinal, não acabou ali, pelo contrário, aquele fim, não foi nada mais do que um começo...

terça-feira, 5 de novembro de 2013


"Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos?"
José Saramago